Isolamento e violência: é o que toda invasão costuma invocar. OVNIs se apropriam do espaço aéreo brasileiro, trazendo consigo estranhos fenômenos. Oscar é só mais um entre os vários homens do Exército Brasileiro destacados para isolar as fronteiras amazônicas contra tropas estrangeiras. Quando se vê exilado da sua tropa, sozinho no coração do Amazonas, Oscar vai reencontrar muitas coisas: velhos pesadelos e um antigo amor, agora tão estranhamente parecido com ele próprio. Esse estranho Par peregrina em busca de algo — se por paz ou por revolução, não saberemos ao certo.
O Par foi vencedor do Projeto Nascente 11, em 2001, e segue vivo na atualidade de suas questões.
«Observava a enxurrada de objetos. Tudo o que podia ser carregado pelo vento rolava como garrafas vazias de refrigerante. Feitosa viu uma marreta descer quicando no chão de terra batida. Bicicletas e até uma motocicleta inteira, corcoveando pela rua. Se eram mesmo objetos reais transformados nessa substância desconhecida, para onde ia o seu peso original? Evaporava na atmosfera? Ou era aprisionado em algum outro lugar, levado para longe pelos alienígenas? “Eles roubam a alma das coisas”, Feitosa pensou.”
— Trecho de O Par «Muito bom. Ótima fabulação, português seguro, madura técnica narrativa.»
— Roberto Pompeu de Toledo, colunista da revista Veja (jurado do Projeto Nascente II)
«Uma narrativa que envolve amor e aventura sem lugar-comum, sem atenuação. Com naturalidade e energia a história enreda situações e ações que não deixam antever os desfechos. O resultado final é imprevisível.»
— Osvaldo Ceschin, professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP