Este livro é um testemunho, em primeira pessoa, de um ator envolvido desde a adolescência, já por mais de três décadas contínuas, em conflitos sociais e políticos os mais diversos. A escrita abarca questões variadas. Sempre encaradas com o senso de autonomia de pensar que caracteriza a presença do autor no debate público de um Brasil carente de ideias ousadas. O geógrafo Milton Santos (1926–2001) o escolheu como seu biógrafo. Como pensador, jamais furtou-se a ir contra a maré do comodismo ou a de modismos intelectuais. A marca de sua trajetória são as dissidências. Confronta a noção do “politicamente correto” das boiadas. Aqui fala-se de artes. De movimentos sociais. De negros, de brancos. De entranhas da vida acadêmica em universidades. De descaminhos da micro ou macro política, inclusive em esfera jurisdicional. De crítica a poderes estabelecidos, armados ou não. De caminhadas feitas mundo afora. Também, não menos importante, de dúvidas. De conflitos existenciais que a todos engolfam.