A música portuguesa apresenta uma história relevante e significativa, tal como a história de Portugal. No entanto, podemos verificar em tempos atuais uma importância exacerbada dada pelos portugueses, e permitida por quem detém maior responsabilidade neste processo, a países sem tradição significativa, como é o caso dos Estados Unidos.
A Influência americana, sem dúvida, tem sido determinante nas mudanças que a música tem atravessado em Portugal, e todos os novos músicos, mantendo-se atentos às novas tendências, procuram, sem uma reflexão saudável, seguir o que permite maior lucro e mais reputação.
O mesmo tem sucedido em festivais europeus, em que Portugal, além de ser o único a nunca vencer tais competições, destaca-se unicamente pela similaridade que procura apresentar face ás tendências já existentes no continente americano.
Por outro lado, quando um produtor de música de dança pretende alcançar o top internacional, dizemos que o DJ é português, mas na verdade todas as músicas tocadas que apresentam vozes de cantores estão no Idioma Inglês. Por vezes, uma ou outra, em português, é tocada timidamente, no final dos espetáculos, quando o Idioma já pouco importa e o orgulho nacional não pode ser ferido.
A situação apresenta-se mais complexa ainda, quando verificamos que os mais famosos têm primeiro que se tornar bem sucedidos fora de seu País, ao contrário do que acontece, por exemplo, no Brasil.
Não querendo fazer um relato nostálgico a um passado que não mais se coaduna com o presente, tal como, de resto, é a tendência portuguesa ainda hoje, quando se discute música, esta obra pretende, pelo contrário, apresentar uma reflexão o mais abrangente possível ao que é, e deveria, ser a música Portuguesa, bem como retratar a identidade perdida, e muitas vezes irreconhecível, que esta peculiaridade musical possuí.