O livro «O Renegado a António Rodrigues Sampaio: carta ao Velho Pamphletario sobre a perseguição da imprensa» de António Duarte Gomes Leal é uma obra que se insere no contexto do liberalismo português do século XIX, manifestando uma crítica contundente à repressão da liberdade de expressão. Através de uma carta, a obra discorre sobre as dificuldades enfrentadas pelos jornalistas e editores, revelando a tensão entre o poder e a liberdade de imprensa. Gomes Leal utiliza um estilo argumentativo e retórico, repleto de ironia e referências literárias, que ilustra o clima de censura da época. A obra não apenas serve como documento histórico, mas também como uma reflexão sobre a importância da liberdade de expressão e o papel da imprensa na sociedade civil. António Duarte Gomes Leal, um dos mais proeminentes intelectuais do seu tempo, foi um defensor da liberdade e dos direitos civis, tendo vivido momentos turbulentos da história portuguesa, incluindo a luta pelo liberalismo. Essa vivência política e social influenciou profundamente sua escrita, levando-o a abordar a repressão e a defender a liberdade de pensamento como elementos fundamentais para o progresso da sociedade. O autor, reconhecido por sua capacidade crítica e pelo seu engajamento político, reflete em sua obra os anseios de uma época de transformação. Recomendo «O Renegado a António Rodrigues Sampaio» a todos que se interessem por história, literatura e pelo papel da imprensa na formação da opinião pública. Esta obra não apenas oferece uma visão do passado, como também propõe uma reflexão sobre desafios contemporâneos relativos à liberdade de expressão e direitos civis. Ler Gomes Leal é entender as bases sobre as quais se constrói a democracia e a autonomia do pensamento crítico no nosso tempo.