Se nos contos de Sherlock Holmes é o doutor Watson quem narra as aventuras de seu genial parceiro, Lady Molly tem em Mary Granard, sua assistente de investigação, a contadora oficial dessas histórias. É pelos olhos da jovem que descobrimos a dinâmica dos casos que atraem Molly para as situações mais arriscadas de sua profissão.
Mary Granard é, como o leitor, frequentemente surpreendida pela astúcia de sua mentora. É sempre com argumentos lógicos e racionais que Molly explana situações inicialmente impossíveis de compreender. Talvez Molly seja só o reflexo de sua criadora sagaz e desbravadora. A Baronesa Emma Orczy utilizou recursos narrativos que ditaram moda antes mesmo de eles se tornarem pilares importantes da ficção policial. Personagens que se disfarçam e truques de ilusão de ótica, por exemplo, apareceriam em histórias consagradas por Agatha Christie e Dorothy L. Sayers décadas depois, estabelecendo as bases da Era de Ouro dos Romances Policiais.