Bram Stoker publicou seu romance «Drácula» em maio de 1897, estruturando-o como um romance epistolar, escrito a partir de uma série de cartas, relatos, diários pessoais, reportagens de jornais, registros de bordo, etc. A solução narrativa do autor foi brilhante: narrar a história a partir dos diários e memorandos de seus protagonistas, com isso as confissões e desesperos dos envolvidos na trama vão dando forma ao perigo, que só muito depois se torna completamente evidente. A atmosfera gótica é o pilar do romance: a maior parte da história se passa na Inglaterra, berço da civilização industrial e para onde o Conde se dirige com o intuito secreto de conquistar o mundo, o que é apenas sublimado ao longo da narrativa. As dicotomias entre as figuras do bem e do mal são figuradas nos personagens humanos e nos vampiros. O único contato entre os universos é a sensualidade e o erotismo. Ainda nesta edição há o primeiro capítulo excluído por Stoker quando da publicação em 1897. Mais tarde este capítulo, rebatizado como o conto «O Convidado de Drácula — Dracula's Guest», seria publicado em 1914 pela viúva de Stoker e, desde então, a crítica literária vem discutindo a importância deste conto como um capítulo introdutório de «Drácula».