Fora dos portões de Cimmeria, a floresta era mais selvagem, bloqueando os fracos raios de luz do final da tarde. Aqui, já era noite e Allie olhou inquieto sobre o ombro enquanto corria através da escuridão.
A cada passo ela assegurou-se que estava a fazer a coisa certa. O Nathaniel estava algures por aí e estava à procura dela, mas a Allie já não se importava. Estava tão exausta, tão zangada, tão destroçada... ficar não era uma opção. Teve que ir.
Mas nunca se tinha sentido tão exposta. Estava completamente só agora. E os assassinos da Jo podem estar em qualquer lugar.
Era enervantemente silencioso, o único som a estalar galhos secos debaixo dos pés dela. O sol estava se pondo e o frio estava a ficar intenso – o vento cortou o tecido do casaco, arrefecendo o suor na pele. Nos bolsos, as mãos enfiadas em punhos gelados.
Pelo menos sei para onde vou.
Tinha feito tantas viagens a hospitais recentemente que conhecia muito bem as estradas locais, e enquanto caminhava acalmou-se pensando através do percurso na sua cabeça – visualizando um mapa. Pelos seus próprios cálculos, não estava longe da estrada principal. Uma vez lá, tudo o que tinha de fazer era virar à direita e seguir os sinais. Havia menos árvores ao redor da estrada principal, e mais luz. Não seria tão assustador.
Tudo o que tinha de fazer era atravessar estes bosques e estaria a salvo. Foi simples.
E tudo correu perfeitamente. Na verdade, ela quase chegou à encruzilhada quando um som, tão fraco como uma entrada de fôlego, fez com que os pelos da parte de trás do pescoço ficassem de pé.
Sufocando um suspiro, ela disparou para a direita, escondendo-se atrás do tronco grosso de um pinheiro alto. Agachada, com as mãos encostadas à casca áspera, olhou para a escuridão.
O que quer que fosse, ela não pensou que tinha sido feita pelas árvores.